Minicursos


MC-01: A EXPANSÃO TERRESTRE E MARÍTIMA PORTUGUESA ATÉ SUA CHEGADA À COSTA AMERICANA
Prof. Mestrando Vital António Vilelas Faria (UFPI)
Prof.ª Ma. Clarice Helena Santiago Lira (UESPI)

Resumo: Com este minicurso pretende-se discutir a expansão portuguesa, desde o nascimento de Portugal até à chegada ao Brasil tendo como um dos elementos principais de análise os aspectos geográficos desse evento, entre eles a formação e organização socioespacial do território. Com base nos estudos de Hermano Saraiva (1996), historiador português, iremos avaliar como se processou o nascimento de Portugal, entre Minho e Douro, a sua expansão terrestre e marítima até a sua chegada à costa sul americana no ano de 1500. Ribeiro (1987) nos ajudará a entender as formas de relevo do território português e, com isso nos facilitará o entendimento da progressão da expansão territorial portuguesa e como se deu a sua organização socioespacial. Além da perspectiva geográfica, outros elementos da expansão serão debatidos como as dinastias envolvidas, as ordens militares que contribuíram na conquista aos mouros, a economia e as riquezas que começaram a ser transacionadas pelos portugueses. Além de Saraiva (1996) e Ribeiro (1987), Bethencourt e Curto (2010) irão nos ajudar na exposição sobre a expansão marítima, as rotas de exploração e os produtos comercializados pelos portugueses.
Palavras-chave: Expansão Portuguesa. Organização Socioespacial. Brasil.



MC-02: HISTÓRIA, LIITERATURA E DIREITO: percepções críticas para a construção de um saber historiográfica e jurídico em obras ficcionais
Prof.ª Ma. Lorena Maria de França Ferreira (UFPI)
Prof. Esp. Thiago Venicius de Sousa Costa (UESPI)

Resumo: A proposta do presente minicurso é analisar como a partir de obras literárias é possível discutir o direito, sua legitimidade, seu funcionamento, sua efetividade e as representações que distende sobre o mundo e as coisas. Pretende-se analisar como a literatura apresenta aspectos singulares que tratem da problemática e da experiência jurídica, com narrativas que possibilitam compreender o direito e seu fenômeno (seus discursos, suas instituições, seus procedimentos, etc.). Dessa maneira problematizar que a literatura, bem mais que uma produção imaginária que utiliza-se de um arranjo criativo de linguagem e de formas não convencionais de narrativas, são documentos carregados de historicidade, representando um tempo, um lugar, e o sujeito que o produz (CERTEAU, 1982). Narrativas que permitem criar novas sensibilidades e diferentes maneiras de conceber e organizar o mundo, fazendo com que cada indivíduo responda da melhor forma a sua vocação de ser humano (TODOROV, 2009). Convém mencionar que, embora, o enfoque desse curso seja o estudo de obras de caráter ficcional, serão lançados premissas que possibilitam a reflexão de outros objetos e suportes matérias para a pesquisa em história, quando compreende-se que o direito não é uma categoria fechada que está presa em si mesma, nos manuais ou em códigos, mas um saber presente no mundo das palavras, dos discursos e da linguagem. Assim, a sua produção é cheia de significados, abrindo um novo campo de possibilidades para o historiador e, consequentemente, um novo olhar sobre os domínios da história.  Objetiva-se dessa forma compreender o direito enquanto categoria de análise histórica, através de narrativas e de obras ficcionais que forjam reflexões sobre o problema da justiça e demais temáticas jurídicas, que envolvem o discurso da solidariedade, a liberdade, o gênero, a violência e os direitos humanos. Questões que tornam problemáticas não só a conjuntura social de uma época, e como estas são construídas a partir e sua relação com o poder, mas evidenciam os desencantos e as flutuações do sistema democrático no país, que historicamente, sofre uma série de violações. Seja pela dificuldade em promover a justiça e a igualdade social, pelos avessos da ordem jurídica, suas Instituições e representantes políticos, ou por tornar questionável as definições e os limites da cidadania.
Palavras-chave: História. Literatura. Direito.



MC-03: DEMOCRACIA DE MASSA: DISSOCIAÇÃO COGNITIVA E REPRESENTAÇÃO POLITICA
Prof. Dr. João Batista Vale Júnior (UESPI)
Prof. Me. Felipe Machado Costa (UESPI)

Resumo: O objetivo do minicurso é problematizar o comportamento político-eleitoral dos sujeitos nos regimes democráticos, considerando-se a atual diluição entre os ambientes factual e virtual, em face de seus respectivos esforços em construir imagens individuais, socialmente aceitáveis, e manter identidades de grupo, repelindo programas políticos e propostas estéticas contrárias a tais imagens e identidades. Com base nesse exercício de problematização, serão levantados questionamentos acerca das teses que sustentam a ocorrência de uma suposta “crise de representatividade” nas democracias ocidentais, ao tempo em que se procurará demonstrar  que em tais experiências na verdade o que tem sido alterada é a maneira como cada cidadão avalia o seu modo de participar politicamente e de se fazer representar. Demonstrar-se-á dessa maneira que, nas democracias marcadas pelo predomínio da influência não apenas dos meios de comunicação de massa mas também das diversas mídias de interação e de influência digital, a busca de formas de identificação com a política não se coadunam necessariamente com a realidade podendo antes associar-se a formas variadas, geralmente coletivas ou “tribais”, de alucinação  ou “dissociação cognitiva” da realidade (Adams, 2018). Nesse quadro, fenômenos cada vez mais corriqueiros em situações de disputas eleitorais como o das “fake news” ou da “pós-verdade”, tão debatidos e geralmente catalogados como novos grandes problemas que, em tese, impediriam a transparência política e vitalidade das democracias, serão na verdade aqui compreendidos sob outra ótica: como parte constituinte do “viés de confirmação” (Adams,2018) das crenças daqueles que participam diretamente do jogo democrático na condição de cidadãos eleitores.  Isso representa um paradoxo inevitável da democracia de massa: seu vício e sua base de sustentação, haja vista o fato de que a mesma não se sustenta sem a total ausência à livre restrição à informação, ainda que falsa, injuriosa ou caluniosa.



MC-04: A BIOÉTICA SOCIAL E  O BIODIREITO COMO FUNDAMENTOS  DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Prof.ª Dr.ª Antônia Valtéria Melo Alvarenga (UESPI)

Resumo: É cada vez mais presente no discurso bioético, o entendimento que a vida sofre reflexos de uma permanente correlação entre o biológico individual de caráter hereditário e o ambiente ecológico-social. Com isso tem tornado-se inegável a importância da dimensão socioambiental para a saúde e para a doença, especialmente porque o individuo moderno vive sob crescente pressão social, sendo, também, fortemente afetado pelos efeitos do desenvolvimento tecnológico e industrial ao meio ambiente.  Seguindo essa linha de pensamento, o bioeticista Volnei Garrafa (2005) defende que os debates sobre esses aspectos da sociedade moderna produziram a necessidade da Bioética, enquanto área da ciência voltada para a vida de forma geral , incorporar ao seu campo de reflexão e ação aplicada, questões de natureza sócio-políticas, a exemplo das grandes desigualdades sociais e econômicas que caracterizam sociedades modernas, das questões de gênero, etnia, formas de discriminação e racismo, além dos recorrentes e emergentes temas da área médica. Assim, por sua natureza interdisciplinar e por estudar a ética nas diferentes situações de vida, a Bioética vem ampliando seu campo de influência teórica e prática, do exclusivo âmbito biomédico/biotecnológico até o campo ambiental e da bioética social. Para o referido autor, o reconhecimento do pluralismo e do multiculturalismo nas sociedades recentes exige que temas como os  citados passem a assumir importância fundamental nas discussões sobre saúde pública de aplicabilidade   imediata e nas destinadas ao bem estar futuro das pessoas individuais e dos coletivos humanos, especialmente no que diz respeito “à responsabilidade social do Estado; à definição de prioridades para a alocação e distribuição de recursos; ao gerenciamento do sistema; ao envolvimento organizado e responsável da população em todo o processo [...]” ( GARRAFA, s/d,p.9). Com objetivo de analisar os efeitos das ameaças produzidas pelo avanço tecnológico e pelo desenvolvimento desenfreado sobre a humanidade, é que se propõe discutir como vêm se constituindo a(s) ética(s) da civilização biotecnológica, em relação à dignidade da pessoa humana, aos valores coletivos e, em especial, como o biopoder e as novas técnicas biomédicas e farmacológicas, que no mundo contemporâneo produzem enorme repercussão social, trazendo problemas de difícil solução em razão do seu caráter polêmico, estão sendo tratados pelo Biodireito.

[1] Maria Helena Diniz (2014, p.36) defende que a bioética deve ser entendida como um conjunto de reflexões filosóficas e morais sobre a vida de forma geral, e sobre as práticas médicas de modo particular.  Para tanto abarcaria pesquisas multidisciplinares, envolvendo-se na área antropológica, filosófica, teológica, sociológica, genética, médica, biológica, psicológica, ecológica, jurídica, política, etc. 



MC-05: HISTÓRIA, MEMÓRIA E PROPAGANDA NO VARGUISMO
Prof. Me. José de Arimatéa Freitas Aguiar Júnior (CEAD/ UFPI)
Profa. Me. Pablo Josué Carvalho e Silva (NEAD/UESPI)

Resumo: O governo de Getúlio Vargas exerceu um intenso controle social através da presença de um Estado forte que auxiliou na construção da memória coletiva do período. Maria Helena Capelato (2007) enfatizou que os representantes do poder buscavam legitimação e apoio de setores mais amplos da sociedade através da propaganda. De maneira semelhante, Silvana Goulart (1990) destaca que a propaganda ideológica efetivou-se mais intensamente pela reiteração das normas vigentes, pela efetivação do conformismo e provocou também um distanciamento de questões básicas e contraditórias da estrutura social. Este minicurso se propõe a ser um espaço de reflexão sobre a relação entre a História, Memória e a propaganda política que aconteceu no período do governo de Getúlio Vargas (1930 – 1945). Abordaremos a construção da memória nacional, o enquadramento da memória, propaganda política no varguismo, o controle dos meios de comunicação e quais imagens e símbolos foram fundamentais na constituição da memória do período varguista. O minicurso tem a pretensão de se tornar um espaço fecundo de diálogo com discentes e docentes interessados em compreender e discutir o projeto político e cultural da Era Vargas.
Palavras-chave: Memória. Propaganda. Era Vargas.



MC-06: PARA ALÉM DO ORIENTALISMO DE EDWARD SAID
Prof. Dr. Gustavo de Andrade Durão (UFRRJ)
Prof.ª Esp. Alice M. Almeida e Sá (UESPI)

Resumo: O curso busca promover uma reflexão em relação às produções pós-coloniais levando em consideração os espaços de diálogo entre intelectuais que orbitaram entre o pensamento do orientalismo de Edward Said. Nosso objetivo é compreender como o orientalismo representou a análise do discurso colonial e fundou a escola dos Estudos Subalternos – elaborando uma nova proposta de se analisar o tempo e o espaço. A proposta é compreender a interlocução de Said levando em consideração os estudos de diáspora encabeçados por Stuart Hall e Paul Gilroy, mas também estabelecendo fortes ligações entre os autores indianos tais como Homi Bhabha, Gayatri Spivak, Dipesh Chakeabarty e Sanjay Subrahmanyam. Assim, compreende-se de que maneira o conceito de orientalismo se estende e se multiplica nos estudos de história contemporânea representando uma nova maneira de se pensar a teoria da história na tentativa dos intelectuais se reencontrarem com o humanismo nas ciências humanas.
Palavras-chave: Pós-colonialismo. Orientalismo. Teoria da História.



MC-07: DIREITOS HUMANOS NA SALA DE AULA: teoria e prática
Prof. Me. Raimundo Nonato Sousa (IEAF)
Prof.ª Esp. Aricélia Soares Barros (IEAF)

Resumo: Valores como a dignidade, justiça, igualdade, não-discriminação e participação nunca foram tão discutidas em todas as sociedades e comunidades ao redor do globo, como tem sido ultimamente. Estes princípios e conceitos não são construções do mundo moderno ou da civilização ocidental somente. Na verdade, muitos dos princípios fundamentais dos direitos humanos são refletidos em modelos educacionais através dos tempos. Como as disciplinas do currículo escolar podem integrar esses valores e conceitos parte de Educação em Direitos Humanos?  Esse minicurso traz para a discussão a pergunta de Eleanor Roosevelt em seu discurso como delgada das Nações Unidas em 1948 "Onde, afinal, começam os direitos humanos universais? Sua resposta contundente merece nossa atenção e reflexão: “Em pequenos lugares, perto de casa - tão perto e tão pequenos que não podem ser vistos em nenhum mapa do mundo. No entanto, eles são o mundo da pessoa individual; o bairro em que vive; a escola ou faculdade que frequenta; a fábrica, fazenda, ou no escritório onde ele trabalha. A menos esses direitos têm significado lá, eles têm pouco significado em qualquer lugar”. Particularmente as sociedades culturalmente pluralísticas como o Brasil e os Estados Unidos, tem a necessidade de fazer, com urgência, revisões e reflexões sobre algumas realidades sociais, educacionais e políticas. As injustiças sociais devem ser tratadas com esforços em reformas dos programas educacionais para melhorar e acomodar as populações estudantis com suas diversidades. E onde isso será apresentado e vivenciado? Simplesmente na sala de aula!
Palavras-Chaves: Respeito. Direitos Humanos. Não discriminação. Dignidade. Justiça Social.








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